domingo, 24 de abril de 2011

“Nordestinês novelístico”

Aos amantes das novelas globais, meus sinceros pedidos de perdão (ou não), se possível e se assim vocês quiserem: NÃO LEIAM ESSE POST!
“Paaaaara tudo!” – isto mesmo, alguns de vocês hão de concordar, que já passou dos limites os sotaques forçados e estereotipados nas novelas da “Toda Poderosa” (Plim, plim). Dói, juro que dói nos meus tímpanos sensíveis, ouvir uns atores treinados com um nordestinês que nunca na minha vida ouvi ser usado no Nordeste.
Pois bem, é impressionante reparar o quanto a “Dona da audiência” (Plim, plim) manipula e padroniza o que bem quer. Parei esses dias, para ver um tal de Cordel Encantado. “Prá quê? Me digam, pra quê?” (acho que mereço passar mal, mereço bater fortemente com a cabeça na parede). O que ouvi e vi, foi o mesmo visto em: Tieta, Roque Santeiro, A Indomada, Porto dos Milagres, Selva de Pedra, Meu Bem Querer, O Bem Amado, Da Cor do Pecado (Algumas delas, vi só pelo Vale a Pena Ver de Novo, não sou tão velha assim). O mesmo sotaque usado no Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão etc. E ainda dizem que é uma homenágem ao Nordeste.
Até hoje, sofro com o maldito “Oxente, My god!”. Adoro meu sotaque, minha região e todos os nordestinos, mas juro que não aguento mais isso! Diferente do que é mostrado no país e fora dele pelas novelas, o Nordeste não é só praia e sertão, não é só barro rachado, pobreza e miséria, não somos matadores e “beradeiros” carregando peixeiras na cintura. Não andamos com chapéus de couro, montados em burros e nas estradas não temos palma e xique-xique.
Diferente do que é mostrado na telinha, não existem só empregadas domésticas (nada contra a classe, pelo contrário, admiro e tiro meu chapéu para o esforço e força de vontade), mas a nossa “Queridíssema”, só nos apresenta como porteiros, empregadas e cozinheiras. Quer saber quem somos, D. Globo? Somos um povo forte e guerreiro, batalhador, inteligente e culto, que levantou e levanta nosso país, quando não erguendo metrópoles, com nossa arte e alegria. Muito prazer, Rede Globo. Estamos representadados no Brasil e fora dele por pessoas como: Elba Ramalho, Zé Ramalho, Lenine, Zeca Baleiro, Chico César, Sivuca, Herbert Viana, Otto (Tá bom, peguei pesado agora. Desculpa!), Luiz Gonzaga, Marinez, Lázaro Ramos, Wagner Moura, Maria Bethânia, Gil, Caetano Veloso, Lula, Jorge Amado, Chico Science e Nação Zumbi, Gal Costa, João Gilberto, Raul Seixas, Simone, Ivete Sangalo (e todos os cantores baianos), José Wilker, Chico Anísio, Vladimir Brichta, Pitty, Dona Canô, Lia de Itamaracá... Tá bom, parei com essa lista!
O Nordeste é uma regiões mais ricas, no que diz respeito à variação linguística e me vem a “Dona Globalizada” novamente com esse sotaque forçado, irritante e mal estudado? E mais: NO NORDESTE, NÃO FALAMOS OXENTE MY GOD!               E TENHO DITO!

domingo, 17 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Língua Portuguesa


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


 (Olavo Bilac)


Bela sim, mas não mais inculta.
A língua portuguesa, a "ultima flor", nasceu a partir do latim vulgar que era falado na região italiana do Lácio.
Tão rica e tão bela...